A dupla mineira Victor e Leo reuniu multidão de artistas – estrelas do pop, do samba e, claro, da música sertaneja – para gravar o DVD Ao vivo em Floripa (Sony Music), que chega às lojas em 6 de agosto. Chitãozinho e Xororó, Zezé di Camargo e Luciano, o novo-baiano Pepeu Gomes, o skank Haroldo Ferretti, o titã Nando Reis, o pagodeiro Tiaguinho, Gabriel Grossi, Paula Fernandes, Nice e Marciano participaram do show realizado em março, na capital de Santa Catarina. Cem mil pessoas acompanharam o megaevento – a maioria mulheres, que em certos momentos foram ao delírio.
Os irmãos mineiros venderam mais de 1 milhão de cópias, apesar da crise do mercado fonográfico. Victor se tornou um dos campeões em arrecadação de direitos autorais no Brasil. Ele conta que, embora a dupla faça questão de manter as raízes sertanejas, o repertório está cada vez mais aberto a novos ritmos e sons. Isso ficou evidente em Ao vivo em Floripa.
“Hoje em dia, infelizmente, as músicas sertanejas tradicionais são as menos pedidas pelos fãs, ao contrário do nosso início de carreira. Antigamente, elas eram muito requisitadas. A palavra sertão está em baixa total, porque ele não é mais pedido, ouvido ou representado. Uma pena, mas essa é a realidade e não temos como ignorar os novos tempos. Entretanto, nem por isso vamos deixar de gravar e cantar os velhos clássicos, como se pode perceber em Ao vivo em Floripa”, diz Victor.
No início de sua trajetória, a dupla mineira foi influenciada por Milionário & Rico, Trio Parada Dura e Tião Carreiro e Pardinho. À medida que foram avançando, Victor e Leo cantaram sucessos de Almir Sater e Renato Teixeira, entre outros. Também beberam nas fontes do rock e da MPB, com a qual convivem cada vez melhor.
Em seu penúltimo DVD, a dupla fez homenagem a Renato Teixeira. No novo trabalho, Marciano – nome importante da música sertaneja de raiz – mereceu atenção especial. Ele cantou com a dupla o clássico Ainda ontem chorei de saudade, de sua autoria. Entre as 25 faixas estão Meu eu em você (com Paula Fernandes) e clássicos sertanejos como Fuscão preto, Sessenta dias apaixonado, Fio de cabelo e Pagode em Brasília.
INÉDITAS
Já está à venda o CD Ao vivo em Floripa – o 10º lançado pelos irmãos Victor e Leonardo Chaves Zapalá Pimentel –, com seis canções inéditas e 17 faixas. A ideia de gravar o DVD na capital catarinense surgiu do fato de os rapazes gozarem de grande prestígio junto ao público do Sul do país. “O povo de Florianópolis sempre nos recebeu com carinho especial. Apesar de o show ter sido feito numa quarta-feira, foi um acontecimento maravilhoso, que nos emocionou muito”, diz Victor.
Dez anos de estrada
A chegada do CD e DVD Ao vivo em Floripa coincide com os 10 anos de lançamento do primeiro disco dos irmãos mineiros, que saiu pela extinta gravadora Number One, em 2002. Na época, a carreira de Victor e Leo dava os primeiros passos. Os dois nasceram em Ponte Nova, na Zona da Mata, e foram criados em Abre Campo, onde ensaiaram os primeiros acordes. Em 1994, mudaram-se para Belo Horizonte para se apresentar em casas noturnas da capital.
Depois de oito anos estudando canto e tocando nos barzinhos de BH, a dupla se mudou para São Paulo. O sucesso, relembra Victor, começou para valer por causa de um site. “De uma hora para a outra, passamos a receber mensagens de Goiás, Mato Grosso, de Minas, do interior de São Paulo e de muitos outros lugares. Até que uma rádio de Uberlândia nos convidou para um show lá. Foi uma loucura. Nem imaginávamos que éramos conhecidos daquele jeito no Triângulo Mineiro”, relembra o cantor e compositor. Eles se mudaram para Uberlândia, onde até hoje mantêm casa e gostam de ficar quando não estão em turnê.
O profissionalismo é uma das marcas da dupla. “Leo e eu aprendemos que, antes de ser irmãos, temos responsabilidade profissional muito grande quando estamos na estrada. O tempo nos ensinou a não levar os problemas profissionais para casa, a tentar resolvê-los na estrada mesmo ou no escritório, com nossos empresários”, diz Victor.
Sem estrelismos, ele diz que o sucesso não se deve a um ou ao outro. “Não gosto de levantar méritos, porque muitos trabalham comigo e com o Leo, somos uma grande equipe. Então, o sucesso tem de ser dividido. No começo, em São Paulo, muitas vezes tivemos de tocar de graça ou em troca de pequenos cachês. Comemos muito miojo e cachorro-quente nas madrugadas”, conclui. (CHL)
Fonte: Diário de Pernambuco
FÃ CLUBE VICTOR&LEO MEU EU EM VOCÊ
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